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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Psiquiatra vende atestados para PMs que não querem trabalhar

O médico psquiatra Ubiratan de Magalhães Barbalho foi flagrada numa gravação admitindo que vende atestado para policiais militares faltarem ao trabalho. Através dele, os policiais conseguiam licença remunerada. A conversa, com uma policial, foi mostrada neste domingo no programa "Fantástico", da TV Globo. Na gravação, o psiquiaa tra chega ao ponto de sequer esperar a paciente dizer o que está sentindo. “Eu vou colocar aqui: stress, ansiedade, depressão e dores físicas”, diz o médico.

A policial, que não tem nenhum problema de saúde, levou uma câmera escondida no consultório de Ubiratan a pedido da Corregedoria da PM e do Ministério Público, que desconfiaram do médico. A paciente deixa claro que quer a licença para não ter que trabalhar.

As imagens fazem parte de uma investigação contra o médico. Em seu consultório, pacientes sem qualquer problema de saúde compram atestados para conseguir afastamento remunerado. E o que despertou a atenção das autoridades foi a quantidade de atestados apresentados à corporação por problemas psiquiátricos assinados sempre pelo mesmo médico. Só no ano passado, foram 87. Na maioria dos casos, os policiais respondiam a processos administrativos.

"Toda vez que policiais sem nenhum histórico de doenças ou de problemas psiquiátricos eram surpreendidos numa atividade criminosa e eram submetidos a um procedimento administrativo visando a demissão desses policiais, a exclusão deles, via de regra, os atestados do Dr. Ubiratan vem aos autos”, aponta Joelson Sampaio, corregedor da PM.

“Esse profissional emite atestados que são utilizados em fraudes perante a administração pública e que efetivamente vem causando prejuízos a toda sociedade”, afirma o promotor de Justiça Militar Vinícius Gahyva.

E esta não é a primeira vez que a conduta do Dr. Ubiratan é investigada. Em 2005, ele foi exonerado do cargo de psiquiatra do sistema penitenciário por improbidade administrativa. Em 2007, ele foi acusado de envolvimento com uma quadrilha que fraudava o INSS em Mato Grosso e outros estados.

Mas ele continua em atividade. O psquiatra também receita remédios controlados de uso psiquiátrico sem qualquer necessidade. "Olha, eu vou te dar o Daforin, ele é anti-depressivo. Geralmente, toma 10 gotas no café da manhã, dez gotas no café da tarde. Mas ele turbina a gente. Quer experimentar?" - diz, na conversa gravada.

Outro caso grave de emissão de atestados falsos por Ubiratan envolve um policial militar. Claudemir de Sousa Sales é acusado de matar a ex-amante, Ana Cristina Wommer em agosto de 2010, grávida de oito meses. Claudemir está detido no presídio militar. Seu processo está parado por causa do atestado do Dr. Ubiratan.

“Depois que ele matou a minha filha apresentou atestado de insanidade mental. Como que antes ele estava trabalhando e a polícia não viu que era doente mental?”, diz a mãe da vítima.

Ubiratan não quis gravar entrevista. Um inquérito será aberto contra ele nesta semana. “Constatando fraude, que ocorra a responsabilização tanto do servidor que se utilizou do atestado falso, quanto do médico que concedeu”, aponta Gustavo Dantas Ferraz, promotor de Defesa do Patrimônio Público.

O Conselho Regional de Medicina também vai apurar as denúncias.

"Vai ser feito uma sindicância para que esse médico seja julgado pelo Conselho de Medicina. São denúncias muito fortes. Uma vez comprovado o teor dessa denúncia, ele deverá ser apenado pelo Conselho de Medicina", afirma Arlan Ferreira - presidente do CRM.

24Horas News

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