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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Debate "esquenta" campanha: denuncias e ataques marcam confronto


O debate realizado pela TV Record entre os candidatos ao Governo de Mato Grosso foi o mais “quente” dos realizados até agora. Está foi a terceira vez que os quatro candidatos estiveram frente a frente nesta campanha eleitoral. Há 13 dias das eleições, o debate foi marcado por acusações e denúncias, principalmente contra o Governo do Estado.

Os momentos mais polêmicos das discussões ocorreram no segundo, terceiro e início do quarto bloco, quando os candidatos trocavam perguntas entre si. Entre as acusações estava o Escândalo dos Maquinários, aquisição de meios de comunicação, incentivos fiscais, perdão da dívida do Estado e outros. O principal alvo foi o candidato a reeleição, Silval Barbosa (PMDB), também o mais questionado pelos adversários.

A tendência é de que nesta reta final, os ataques aumentem durante o horário eleitoral gratuíto no rádio e televisão e também nos dois próximos debates marcados pelas emissoras de televisão. Há poucos dias do pleito, o governador Silval Barbosa busca "liquidar a fatura" já no primeiro turno, enquanto Mauro Mendes e Wilson Santos buscam desesperadamente avançar ao segundo turno.

Início morno

O debate iniciou com o mediador questionando os 4 candidatos como o próximo governador deverá se portar diante das questões nacionais e como buscará investimentos junto a bancada federal. Primeiro a responder, Silval Barbosa disse que reunirá a bancada eleita em outubro para debater temas importantes como o novo Hospital Universitário, Ferronorte, Ferrovia Centro Oeste, Copa do Mundo, Infraestrutura e Educação.

Já o candidato Marcos Magno (PSOL) optou por criticar políticos tradicionais na sua abertura. Sobre a pergunta, o socialista disse que buscará articular junto a bancada de Mato Grosso recursos para fazer um melhor trabalho social. O candidato Mauro Mendes (PSB) colocou que irá discutir uma reforma tributária mais justa, além do combate a corrupção. O candidato Wilson Santos colocou que caso eleito governador defenderá que o Governo Federal coloque as Forças Armadas para fiscalizar a área de fronteira, além de discutir junto a União a implantação de três hidrovias no Estado: Juruena-Tapajós, Araguaia-Tocantins e Paraguai-Paraná.

Ataques e denúncias

O segundo bloco iniciou com o tucano Wilson Santos questionando Silval Barbosa sobre o “escândalo dos maquinários”. Wilson citou que o atual governador atuou como coordenador do programa e questionou o fato do Estado trancar as investigações sobre o superfaturamento das máquinas. Silval respondeu que o Estado determinou a apuração de todas as denúncias e levou inquérito a Polícia Fazendária e ao Ministério Público.

Na sequeência, Wilson Santos questionou Mauro Mendes sobre o que mudou para o atual governador, que atuou como coordenador da campanha do socialista nas eleições de 2008, agora ser bastante criticado. Mauro afirmou que tomou conhecimento de alguns fatos após as eleições de 2008, por isso deixou a base governista. “Não podia condenar ninguém antes de ter conhecimento dos fatos”, frisou. Wilson afirmou que naquela eleição, Mauro contou com apoio dos “velhos” na política que critica hoje. Já Mauro reforçou que não concorda com algumas coisas no grupo governista. “Não nego meu passado, mas estou disposto a seguir caminho diferente”, apontou.

O governador iniciou seus questionamentos a Wilson Santos sobre os projetos que ele tem para a infraestrutura. O tucano afirmou que irá atacar o programa de hidrovias, como a Paraguai-Paraná cujo Estaddo já recebeu licença para iniciar. Além disso, ele defende um maior programa de pavimentação asfaltica e manterá o atual de pavimentação de rodovias.

Na sequência, Silval questionou Marcos Magno sobre a pavimentação de rodovias com vista ao fortalecimento do turismo, lembrando da Copa do Mundo de 2014. O socialista afirmou que caso assuma o Governo assumirá imediatamente a presidência da Agecopa, pois ela não foca investimentos no Pantanal, como prega o slogan da Copa. “Precisamos desenvolver um grande programa para tratamento do esgoto que deságua no Pantanal e prejudica nosso turismo”, pontuou.

Marcos Magno iniciou questionando Silval sobre as empresas de comunicação que a família do governador possui, mencionando algum tipo de corrupção na Secretaria de Comunicação Social para favorecimento delas. Silval destacou que a política de comunicação do Governo é transparente, com enfoque no desenvolvimento do Estado, Ele garantiu ainda que as empresas de sua família não recebem verba do Governo. Na réplica, o socialista colocou que os candidatos a vice de Wilson e Mauro Mende s possuem empresas de comunicação.

O socialista ainda questionou o empresário Mauro Mendes se ele, como socialista, havia assinado o plebiscito para o limite máximo da propriedade de terra. O empresário colocou que defende um socialismo moderno e citou como exemplo, os programas que desenvolveu na sua empresa de valorização dos servidores e participação nos lucros. Na sua tréplica, o empresário citou que seu vice possui concessões de rádio, mas que estão declaradas, ao contrário do candidato governista a quem acusou de colocar suas empresas em nome de parentes o até laranjas. Silval Barbosa obteve direito de resposta e acusou o vice de Mauro, Otaviano Pivetta, de usar um secretário para participar de sociedade de um veículo de comunicação em Lucas do Rio Verde.

Mauro Mendes fez sua primeira pergunta a Marcos Magno sobre economia e geração de emprego. Marcos disse estenderá programas de incentivos fiscais a pequenos e médios empresários e fiscalizará com maior rigor as grandes industrias beneficiadas com o programa.

Mauro Mendes encerrou o bloco questionando Silval por responder ações por desvio de dinheiro público enquanto prefeito de Matupá e presidente da Assembleia Legislativa, além de atrasar por três meses os pagamentos dos servidores municipais. Silval afirmou que as denúncias contra sua pessoa são calunias e nega ter atrasado a folha de servidores em Matupá. Ele destacou ainda que teve as contas de sua gestão como prefeito e presidente da Assembleia aprovadas pelo TCE e listou alguns serviços prestados.

3º Bloco – Denúncias de perdão fiscal

O terceiro bloco do debate também foi de perguntas entre os candidatos. A grande polêmica ocorreu logo no início quando Wilson Santos questionou Silval Barbosa sobre um perdão de um dívida fiscal de cerca de R$ 155 milhões para a empresa Fertipar Ferilizantes. O ex-prefeito de Cuiabá citou um decreto de 23 de dezembro de 2009 que alterou uma Lei relativa a pagamento de ICMS e acabava concedendo anistia a empresa. Silval destacou que confia em seu antecessor, Blairo Maggi (PR), e que o Estado tem atraído o maior número de empresas possível para gerar mais emprego e renda.

O tucano ainda questionou Marcos Magno sobre questões relativas ao Meio Ambiente, citando as queimadas recentes, a seca na Baía de Chacororé e o prêmio motosserra de ouro recebido pelo Estado. Marcos Mago explicou que a doutrina socialista prevê que o cidadão deve estar inserido nas políticas de meio ambiente e assim pretende implantar no Estado. Silval Barbosa fez uma pergunta semelhante ao candidato do PSOL. Ele respondeu da mesma forma, não se alongando muito no assunto.

O governador ainda questionou o empresário Mauro Mendes sobre os programas habitacionais, com a construção de 80 mil moradias, e de eletrificação rural desenvolvido em parceria com Governo Federal. O empresário lembrou que o programa habitacional foi desenvolvido pelo ex-governador Blairo Maggi e citou que pretende construir 35 mil casas nos próximos quatro anos e que manterá o programa Luz Para Todos. “Tenho a garantia da ministra Dilma de que continuará investindo em Mato Grosso porque é um estado importante”, assinalou. Silval respondeu a Mauro que “tudo que há de ruim eu tenho participação e as coisas boas foram só do Blairo”, ironizou.

O candidato Marcos Magno questionou o ex-prefeito Wilson Santos se pretende expandir o de financiamento de faculdades particulares, o Bolsa Universitária. Wilson confirmou que pretende custear universidade particular para 15 mil jovens do Estado, assim como fez em Cuiabá num número reduzido. O socialista disse então que defende uma valorização do ensino público e que o programa de distribuição de Bolsas fará o Estado perder o foco.

Mauro ainda questionou o empresário Mauro Mendes se a ausência do tema Copa do Mundo em seun programa de Governo era algum tipo de temor. Mauro disse que discorda de muitas decisões do Governo e que defendia o estádio da Copa num outro local. “Nunca tive medo em apontar os erros. Temos que enxergar que essa Copa é uma oportunidade de repensarmos nosso futuro”, frisou. Magno disse que muitos temas relativos a Copa não estão na pauta da Agecopa e voltou citar programa de saneamento e tratamento de esgoto.

O candidato Mauro Mendes iniciou sua série de perguntas no bloco questionando o ex-prefeito de Cuiabá sobre a Saúde Pública no Estado. Wilson afirmou que o Governo deixa de aplicar R$ 55 milhões por ano no setor e destacou que o Estado realiza política de Saúde no interior, o que comprometeu a capital. “A Saúde no interior sobrevive sobre quatro rodas, a ambulancioterapia”, assinalou. Segundo o tucano, caso eleito, construirá seis novos Hospitais Regionais e investirá o mínimo constitucional no setor. O tucano afirmou que o Governo é repleto de escândalos e reforçou que o próximo será o perdão de R$ 155 milhões para a Fertipar.

Mauro Mendes questionou Silval Barbosa sobre a promessa de construir 120 UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento) em parceira com Governo Federal, já que a ex-ministra Dilma Roussef prometeu construir 500 em todo país. “Quantos será gasto para a construção e manutenção destas unidades”, questionou. Silval reforçou o compromisso e citou alinhamento com Governo Federal para executar outras obras na Saúde, como equipamentos para Hospital do Cristo Rei e construção do Hospital Universitário.

4º Bloco – Perguntas ao Silval
Como era de se esperar, o candidato a reeleição e líder nas pesquisas Silval Barbosa foi o principal alvo dos adevrsários. Isso ficou nítido quando, no último bloco, cada candidato tinha direito de fazer pergunta a apenas um candidato. Todos escolheram Silval, exceto o próprio que optou por perguntar a Marcos Magno.

Mauro questionou o governador sobre o baixo desempenho de Mato Grosso no Enem, o 24º melhor do país. Silval respondeu que o Enem não serve de parâmetro e que Mato Grosso é o 5º melhor Estado no ensino de 1ª a 4ª Série; 2º colocado de 5ª a 8ª Série, segundo dados do Ideb.

Já Magno questionou Silval sobre seu comprometimento com a Saúde, já que faltou a debate com o CRM (Conselho Regional de Medicina). O governador alegou que não compareceu devido a agenda como chefe do Estado e compromissos da campanha. “Sou governador 24 horas por dia e tenho que adequar agenda”. Silval ainda se comprometeu a fazer uma nova rodada de discussão com a categoria e citou investimentos para o setor para os próximo quatro anos.

Já Wilson Santos abordou auditoria do TCE que detectou irregularidades nos incentivos fiscais concedidos pelo Estado a empresa Bimetal, de propriedade de Mauro Mendes. Silval disse que irá apurar as irregularidades e admite que ainda não tomou nenhuma providência para não parecer uma perseguição política.

Nas considerações finais, os candidatos pediram voto para sí, para os companheiros de chapa ao Senado e adotaram um tom mais brando para se colocarem como o melhor para o Estado.

O Documento

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