Ságuas deve responder a processo por crime eleitoral

O delegado de Arenápolis (258 km a Médio-Norte de Cuiabá), Marcelo Graciano, que investigações a prática de crime eleitoral na cidade, afirmou ao MidiaNews que ficou comprovado, na apuração dos fatos, a responsabilidade por parte do deputado estadual Ságuas Moraes (PT), candidato a uma vaga na Câmara Federal.

No último dia 22, o candidato foi detido na cidade, durante um almoço promovido pelo PT, na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). Junto com Ságuas também foram detidos o prefeito do município, Farid Tenório (DEM), e a vereadora Noêmia de Souza (PT), além de 30 pessoas que participavam do almoço.

Segundo o delegado, o candidato estava em uma reunião política na AABB com a participação de membros do PT e de simpatizantes, sendo servido no local um almoço.

A partir de uma denúncia, servidores do cartório eleitoral de Arenápolis foram até o local e presenciaram o crime. Em seguida, todos os participantes do almoço foram conduzidos à delegacia, para prestar esclarecimentos.

Graciano explicou que o fato de estar em encontro político pedindo votos não configura crime, no entanto, a legislação eleitoral considera o almoço como oferecimento de vantagem em troca de voto. Dessa forma, ficou configurado que houve a prática de corrupção eleitoral por parte do candidato petista.

Segundo o delegado, o petista não foi autuado em flagrante em função de dispor de prerrogativa de cargo, por ser deputado estadual licenciado.

Quanto ao prefeito Farid Tenório, o democrata foi ouvido pela Polícia Civil e liberado no mesmo dia da detenção. Segundo o delegado, não ficou comprovada, nas investigações, a prática de crime eleitoral por parte do prefeito.

A vereadora Noêmia foi presa em flagrante, por ter sido a organizadora do almoço. Segundo o delegado, a petista pagou fiança e foi liberada no dia seguinte.

De acordo com Graciano, as investigações deverão ser concluídas em dez dias, uma vez que, até agora, colheu depoimento apenas de seis das 30 pessoas envolvidas no caso.

O relatório das investigações será encaminhado à Justiça Eleitoral de Arenápolis, que decidirá se Ságuas e Noêmia responderão processo por crime de corrupção eleitoral.

Outro lado

O deputado Ságuas Moraes não atendeu às ligações feitas pela reportagem. Mas, no horário eleitoral gratuito reservado ao PT, no rádio e na TV, o candidato afirma que não foi preso e que não comprou votos.

Na mesma oportunidade, Ságuas nega que tenha usado a Secretaria de Estado de Educação, da qual foi titular até março deste ano, em benefício eleitoral. A pedido do MPE, a Polícia Federal apeendeu documentos e computadores na Seduc, após denúncia de suposto uso da máquina pública em campanha eleitoral.

Midia News