quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Deputado quer força-tarefa para recuperar baías
O deputado Sérgio Ricardo (PR), presidente da comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, defendeu hoje a criação de uma força-tarefa para desobstruir os "corixos" que alimentam a Baía de Chacororé com a água do Rio Cuiabá. Ele e representantes da Sema, Ministério Público e UFMT estiveram ontem no local para uma vistoria.
"A idéia é mobilizarmos várias entidades e órgãos, como o próprio Governo do Estado, prefeituras, Corpo de Bombeiros, Exército, ONGs, colônias de pesca, entre outras, para executar uma ação de desobstrução de canais e limpeza das Baías de Siá Mariana e de Chacororé", afirmou o parlamentar.
Durante a visita ao local, Sérgio Ricardo disse que ficou impressionado com o acúmulo de lixo na Chacororé. "É inacreditável o tanto de lixo, visível a olho nu, não só na Baia como em todos os corixos e canais da região. Como eles estão totalmente obstruídos, e a água baixou muito, dá para perceber a extensão da degradação ambiental na área inundável e as conseqüências que isso está causando ao ecossistema. É lamentável, pois isso reduz drasticamente o número de espécies de peixes e permite a invasão de vegetação estranha ao ambiente pantaneiro", afirmou.
O deputado alertou que, no próximo mês, com o início das chuvas estima-se que 1 milhão de toneladas de lixo vai cair no rio Cuiabá e o destino será o pantanal mato-grossense e as baías de Siá Mariana e Chacororé. "A previsão é que 350 mil toneladas só de lixo flutuante devem se dirigir para as lagoas", observou.
Ele estuda a viabilidade da implantação de ecobarreiras de lixo flutuante nos corixos como o Manoel Isaac, principal ligação do rio Cuiabá com a baía de Chacororé. "Dessa forma impediríamos a entrada do lixo na lagoa sem nenhum prejuízo ao meio ambiente, pois não atrapalha o fluxo normal das águas, peixes e nutrientes que são à base da sustentação da vida nas baias", disse.
Seca em Chacororé
O deputado também cobrou ações imediatas do Estado na implantação de galerias de águas pluviais nos corixos da Uva, Caiçara, do Robson e Luigi e no Rio Chacororé, que levavam água do Rio Cuiabá até a Baía de Chacororé e que estão bloqueados por conta de uma estrada vicinal que liga Barão de Melgaço as comunidades de "Estirão Comprido" e "Porto Brandão".
O fechamento dos corixos, associado à danificação de três barreiras que regulavam a passagem da água de Chacororé para Siá Mariana, vem agravando nos últimos anos a seca na região.
"No período das chuvas as duas lagoas inundam uma área de 45 mil hectares e, hoje, apenas pouco mais de 4 mil hectares estão alagados. A situação é grave e merece ações imediatas para mudar este quadro de calamidade no Pantanal", afirmou Sérgio Ricardo.
Midia News
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