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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Homens claros e jovens eram supostas vítimas do médico Célio Tobisawa, preso em Cuiabá por fazer sexo oral em sedados

Foi preso na manhã de ontem em Cuiabá o médico Célio Eiji Tobisawa, 43 anos, indiciado pelo crime de estupro contra vulnerável. Ele é suspeito de ter abusado de pacientes sedados atendidos no Hospital Regional de Colíder (a 650 km de Cuiabá).

Pelo menos quatro homens – todos entre 20 e 30 anos, de pele e olhos claros – apresentaram denúncia contra o médico, que teria se aproveitado da condição de sedados para fazer sexo oral neles. Tobisawa se encontra detido no anexo da Polinter.

As acusações vieram à tona no dia 25 de junho, quando um dos pacientes prestou queixa. Ele havia sido atendido pelo médico durante um procedimento de infiltração. Geralmente utilizado para tratar dores intensas, o processo costuma deixar o paciente em estado parcialmente sedado. O rapaz acusou o médico de se aproveitar desta situação. Tanto que, quando acordou, ele afirmou ter sentido que “algo acontecia na região genital”, como relata o delegado responsável Sérgio Ribeiro Araújo, de Colíder.

Assustado com o que acabara de notar, o paciente tentou agredir o médico, saiu do local chorando e contou tudo a um enfermeiro e a uma técnica de enfermagem do hospital, que repassaram as informações à direção. O paciente também apresentou queixa à delegacia da cidade.

Por conta da ocorrência registrada, a polícia interrogou o médico, que negou tudo. Paralelamente, foram colhidas fichas de pacientes que tinham passado pelo mesmo procedimento de infiltração com Tobisawa. A polícia foi atrás dos pacientes e encontrou pelo menos três que, assim como o denunciante, relataram episódios idênticos enquanto estavam sedados. Eles só não tinham denunciado a situação até então porque estariam apenas colocando sua palavra contra a do médico.

Os pacientes foram ouvidos, assim como outras testemunhas, e a polícia percebeu que as vítimas eram sempre homens do mesmo tipo físico, claros de pele e olhos, além de jovens. Porém, mais que o perfil das vítimas, a polícia obteve elementos para que a Justiça, da comarca de Colíder, decretasse a prisão preventiva de Célio.

O mandado foi cumprido em Cuiabá, onde ele atua em pelo menos dois estabelecimentos com ortopedia e acupuntura. A reportagem entrou em contato com um dos consultórios, localizado na rua Major Gama (Centro) e, durante a tarde de ontem, funcionários ainda não tinham conhecimento da prisão de Célio. No Regional de Colíder, onde ele atuava uma vez por semana, a reportagem não obteve contato telefônico. Lá, segundo a polícia, Célio sempre teve um comportamento insuspeitável, mas já corriam boatos sobre a prática de abuso sexual.

Segundo Araújo, Célio, que é pai de família, foi indiciado por prática de estupro contra vulnerável, quando a vítima se encontra sem condições de reagir. A pena varia de oito a 15 anos de detenção. A polícia ainda deve investigar se ele praticou os mesmos atos com outros pacientes atendidos.

AFASTAMENTO – O Conselho Regional de Medicina informou ontem que sua assessoria jurídica está tentando se inteirar do inquérito policial para pedir na Justiça uma medida cautelar que suspenda Célio das atividades médicas enquanto ele estiver sendo investigado. Já a Secretaria de Estado de Saúde divulgou nota informando que Célio foi demitido, uma vez que era apenas servidor contratado pelo Estado.


Diário de Cuiabá

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