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sexta-feira, 2 de julho de 2010

INSS diz que menino de 11 anos está apto a trabalhar


Com os dois rins sem funcionar, Thommylee dos Santos, 11, não conseguiu a aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os pais do garoto estão desempregados e precisam, diariamente, dar assistência exclusiva que inclui alimentação balanceada, medicamentos e supervisionar de forma integral o filho, que não pode praticar atividades físicas.

Thommylee faz hemodiálise três vezes por semana e não estuda. O INSS apontou que o menino (menor de idade) está apto para trabalhar.

O servente de pedreiro Jando dos Santos Moraes, 37, conta que o problema começou ano passado, quando o menino apresentou cansaço, inchaço no corpo e vômitos. "Demorou para fazer uma avaliação correta. Primeiro falaram que era virose, depois anemia falciforme. Só na terceira avaliação é que uma médica apontou insuficiência renal crônica", disse.

No diagnóstico, verificaram que os rins de Thommylee não se desenvolveram, pelo contrário, eles começaram a atrofiar desde quando ele tinha 6 anos.

Por causa da situação, a mãe do menino, a empregada doméstica Adriana da Silva Cruz Moraes, 30, teve que abandonar o trabalho para cuidar integralmente do filho caçula. O casal tem mais 2 filhos, um de 16 e outro de 14 anos.

A atenção é voltada para a alimentação do garoto, já que ele ingere pouca água ou leite, não pode comer nada que tenha sal, o óleo na refeição deve ser de girassol ou de canola, entre outros cuidados.

Além disso, os pais devem medir constantemente a pressão dele, o que não é possível, já que não têm condições financeiras para adquirir um medidor eletrônico. "Ele passou mal à noite e não sabíamos em quanto estava a pressão. Ficamos desesperados", afirmou.

Escola

A preocupação com Thommylee aumentou este ano, quando o diretor da escola no bairro Jardim Vitória, onde a família mora, rejeitou a matrícula do garoto.

"O diretor disse que não tem condições de cuidar do meu filho porque ele não pode praticar nenhum exercício físico, não pode se machucar, o corpo dele está muito frágil". O caçula parou de estudar no quarto ano do Ensino Fundamental e sonha em ser jogador de futebol.

Jando Moraes afirma que a aposentadoria seria voltada para os cuidados do filho. Ele destacou que não vai deixar de trabalhar e viver do dinheiro do menino. A intenção é que a mãe do garoto não trabalhe para cuidar exclusivamente do caçula, já que eles não têm dinheiro para contratar uma enfermeira particular.

Moraes lamenta ainda que o INSS tenha atestado que ele possua uma renda de R$ 600, sendo que, como servente de pedreiro, ele não possui carteira assinada ou renda fixa.

Fonte: A Gazeta

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