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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deucimar manobra e impede eleição da Mesa Diretora

Em mais um capítulo do triste "circo dos horrores" em que se transformou a Câmara de Vereadores de Cuiabá, sob a presidência do vereador Deucimar Silva (PP), a eleição da Mesa Diretora foi alvo de uma "aberração", segundo os próprios parlamentares. Deucimar cancelou a sessão - em que seria escolhido o próximo presidente do Poder - de maneira intempestiva, sem qualquer base jurídica ou regimental.

Isso porque a sua chapa, que tem Adevair Cabral (PDT) no cargo de presidente, iria perder a disputa para a chapa de oposição, com o vereador Júlio Pinheiro (PTB) como candidato.

Para justificar o cancelamento das eleições, marcado para hoje através de outra manobra, em que antecipou o pleito de dezembro próximo, Deucimar disse que tinha tinha em seu poder uma grave denúncia contra vereadores por venda de voto. O suspeito seria o vereador Juca do Guaraná (PP), que teria recebido R$ 120 mil, pagos com cheques, sendo um assinado pelo vereador Clovito, da chapa adversária.

Após a manobra, formou-se um tumulto no Plenário da Câmara. Houve troca de acusações, bate-bocas e gritaria.

Clovito: "Deucimar é um covarde"

"Deucimar é um covarde. Ele viu que ia perder e fez essa aberração. Ele que diz que presa pela lisura, pela democracia... Isso é uma sacanagem...", afirmou Clovito.

O parlamentar afirmou que iria fazer uma queixa-contra Deucimar ainda nesta noite. "Eu vor dar parte dele na delegacia. É uma aberração. Ele não aceita perder. É um homem que briga com a imprensa, briga com todo mundo, pisa em funcionário. Não podemos admitir mais esse tipo de coisa", afirmou Clovito.

Manobra e desculpas
O vereador Antônio Francisco (PSDB) disse que houve uma "manobra" por parte de Deucimar Silval. "Baseado em que ele terminou a sessão? Procura no regimento da Câmara, ele não tem motivos. Isso nada mais é que uma manobra. Ele viu que perdeu e tumutuou o processo. É pra acabar. Espero que a Justiça seja acionada e a ordem restaurada. Foi uma armação", afirmou.

Segundo ele, o presidente fez uma acusação, mas "não provou nada". "Porque ele não abriu a denúncia, passou uma cópia para cada um de nós, não citou o regimento? Ele apenas empunhou um papel e não mostrou nada. Ele jogou no ar", afirmou.

O tucano Fernandes disse também que a Câmara "tem que pedir desculpas à sociedade" pelo fato ocorrido. "Temos que pedir desculpas por sermos presididos por um homem deste nível. Ele demonstrou que não tem perfil para ser presidente de um Parlamento. Ele cometeu uma arbitrariedade, como se fosse um ser superior", afirmou.

O parlamentar fez outras duras críticas a Deucimar: "Vamos buscar a Justiça ainda nesta noite. Eu vou acionar a Justiça para pedir o afastamento desse senhor, que não está preparado à altura para presidir o Poder", afirmou.

Adevair acusa Levi e Juca

O vereador Adevair Cabral, candidato a presidente da chapa de Deucimar, acusou o vereador Levi Levi (PP), que está licenciado e cedeu a cadeira a Juca do Guaraná, de ter recebido R$ 150 mil. "Eu não tenho como provar, mas me falaram que ele recebeu esse dinheiro. Ele recebeu o dinheiro do irmão do Luis Marinho (ex vereador)", afirmou.

Cabral também acusou Juca de ter recebido R$ 120 mil. "Eu vi os cheques com o filho dele. Dois cheques foram dados pelo Clovito, um de R$ 20 mil e outro de R$ 30 mil. Outro cheque foi de R$ 70 mil, do irmão do Luis Marinho", afirmou, ressaltando que "o filho do Juca levou os cheques na presidência da Câmara e me mostrou. Eu vi e peguei nas minhas mãos".

O vereador Juca do Guaraná negou as acusações. "Isso é mentira. Nunca recebi nada. Se tentassem me comprar eu ia denunciar na polícia", afirmou.

"É triste"


O vereador Toninho de Souza (PDT) disse que "lamenta" o episódio. "Nao era isso que eu gostaria de encontrar na Câmara. Eu vim para cá para particpar como vereador e produzir. Hoje, eu vim pra votar e ver o resultado das eleições. Infelizmente eu fui pego de surpresa; não sei que denúncias são estas. Não vi cheque nenhum. É triste", afirmou.

"Não somos todos iguais"

O vereador Everton Pop (PP), que é candidato a vice-presidente na chapa de Adevair Cabral, foi outro que criticou duramente o episódio. "Estou com vergonha do que aconteceu. Partiram para coisas pessoais, é triste. Antes de estar aqui, como vereador, você pensa em muitas situações... E não imagina que um monte de adultos transformam isso aqui em palanque, em guerra de vaidade e inimizade", disse.

"Eu entendo que hoje tinha que sair resultado, independente de quem iria vencer. E a gente ia tocar a vida pra frente. È uma pena, porque a gente passa mais uma vez a impressão para a sociedade de que todos aqui são iguais. E não são, não", afirmou.

Lúdio lamenta
O vereador Lúdio Cabral (PT) classificou o episódio de "lamentável". "Esse tipo de coisa lança uma série de questionamentos e dúvidas na população sobre a lisura da instituição. Não há dispositivos que fundamentariam essa decisão. A sessão pode ser suspensa pelo presidente, mas nos casos previstos, em caso de tumulto grave. Mas, mesmo assim, a sessão deveria ser levantada a partir da deliberação dos vereadores em Plenário", afirmou.

Em nota, o vereador Deucimar Silva afirma que agiu "em defesa da sociedade cuiabana".

Confira a íntegra da nota emitida pela assessoria de Deucimar:

"Para permitir que haja uma adequação das chapas e esclarecimento de dúvidas sobre possíveis equívocos em suas composições, o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Deucimar Silva (PP), amparado no Regimento Interno e na Lei Orgânica Municipal, adiou para a próxima quarta-feira (01/09/2010) a eleição da nova Mesa Diretora.

Deucimar assegura que, apesar de alguns questionamentos, tomou a decisão correta para evitar dissabores ao Poder Legislativo da Capital. "Agimos em defesa dos interesses da Câmara e, por extensão, da sociedade cuiabana", resume ele.
Duas chapas disputam a nova Mesa Diretora da Casa. Uma encabeçada pelo vereador Júlio Pinheiro (PTB) e outra pelo vereador Advair Cabral (PDT), atual vice-presidente da Câmara Municipal.

Deucimar Silva anunciou que a sessão ordinária prevista para ocorrer nesta quinta-feira (26/08) deve acontecer normalmente, em sobressaltos ou prejuízos ao funcionamento do Poder Legislativo".

Midia News

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