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terça-feira, 31 de agosto de 2010

MPE cobra de Deucimar provas sobre "compra de voto"


Por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Cuiabá, o Ministério Público Estadual (MPE) requisitou ao presidente da Câmara Municipal, vereador Deucimar Silva (PP), cópias das imagens gravadas, que ele disse possuir, de quatro vereadores recebendo dinheiro em troca de apoio, no processo de eleição da nova Mesa Diretora do Legislativo.

A requisição foi feita com base no noticiário de quarta-feira passada (25), segundo o qual Deucimar cancelou a sessão em que seria escolhido o seu sucessor, de maneira intempestiva, sem qualquer base jurídica ou regimental.

Para justificar o cancelamento da votação, marcada para aquele dia graças a uma outra manobra do presidente, que antecipou o pleito de dezembro próximo, Deucimar afirmou, em Plenário, que tinha tinha em seu poder uma "grave denúncia" contra vereadores por venda de voto.

Os envolvidos, segundo Deucimar, seria o vereador Juca do Guaraná (PP), que teria recebido R$ 120 mil, pagos com cheques, sendo um assinado pelo vereador Clovito Hugueney (PTB), da chapa adversária, encabeçada por Júlio Pinheiro (PTB).

Na ação desta segunda-feira (30), os promotores de Justiça destacam que os fatos denunciados pelo presidente da Câmara Municipal podem, em tese, caracterizar ato de improbidade administrativa.

Os representantes do MPE aguardam o material para a adoção das providências consideradas cabíveis.

Manobra e desequilíbrio

Conforme MidiaNews revelou, em mais um capítulo do triste "circo dos horrores" em que se transformou a Câmara de Vereadores de Cuiabá, sob a presidência do vereador Deucimar Silva (PP), a eleição da Mesa Diretora foi alvo de uma "aberração", segundo os próprios parlamentares.

Deucimar cancelou a sessão porque a sua chapa, que tem Adevair Cabral (PDT) como candidato a presidente, iria perder a disputa para a chapa de oposição, com o vereador Júlio Pinheiro (PTB) como candidato.

Clovito tachou Deucimar de covarde. "Ele viu que ia perder e fez essa aberração. Ele que diz que preza pela lisura, pela democracia... Isso é uma sacanagem...", afirmou Clovito. O parlamentar apresentou uma queixa contra o colega na Polícia Civil.

Após Deucimar cancelar a sessão, o vereador Antônio Fernandes (PSDB) disse que houve uma "manobra" por parte de Deucimar Silva: (...) Ele viu que perdeu e tumultuou o processo", afirmou. Segundo ele, o presidente fez uma acusação, mas "não provou nada". "Por que ele não abriu a denúncia, passou uma cópia para cada um de nós, não citou o regimento? Ele apenas empunhou um papel e não mostrou nada. Ele jogou no ar", afirmou.

Desculpas

No mesmo dia, a Presidência da Câmara, por meio da assessoria de imprensa, divulgou uma nota oficial em que tentava justificar o cancelamento da sessão de eleição da nova Mesa Diretora.

"Para permitir que haja uma adequação das chapas e esclarecimento de dúvidas sobre possíveis equívocos em suas composições, o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Deucimar Silva (PP), amparado no Regimento Interno e na Lei Orgânica Municipal, adiou para a próxima quarta-feira (01/09/2010) a eleição da nova Mesa Diretora", diz a nota.

No documento, o vereador diz que, apesar de alguns questionamentos, tomou a decisão correta para evitar dissabores ao Poder Legislativo da Capital. "Agimos em defesa dos interesses da Câmara e, por extensão, da sociedade cuiabana", afirmou. Ele não fez referência às denúncias de suposta compra de voto.

Midia News

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